A locução do gênero suspense/noir: a ressignificação na locução de audiodescrição do filme Amor No Ar
Sara Benvenuto e Vera Lúcia Santiago Araújo
A produção de acessibilidade audiovisual com participação direta do realizador/diretor
Patrícia Gomes de Almeida e Tomyo Costa Ito
Lá no Quintal de Joaquim: aqui nenhuma criança fica de fora
Daniella Forchetti
Por volta das seis com Audiodescrição – quando a audiodescrição feita pela própria realizadora
Patrícia Gomes de Almeida e Jairo Jardim
Estratégias estéticas na tradução audiovisual para a Libras: análise da tradução do clipe musical “Era Uma Vez”
Carlos Henrique Barbosa Sousa e Gracy Kelly Amaral Barros
Legendagem para surdos e ensurdecidos em uma série bilíngue: análise da segmentação
Eurijunior Sales de Souza e Patrícia Araújo Vieira
Reels com traduções audiovisuais para a Libras: estratégias estéticas criativas
Gracy Kelly Amaral Barros
Shakespeare em Libras: processos de criação com atores surdos no meio audiovisual
Mateus Pereira de Sousa e Adriana de Moura Somacal
A acessibilidade na FECLI e a audiodescrição em artes gráficas e vídeos
Beatriz Vieira Cesar
O mapeamento da AD de filmes de ação nos serviços de streaming do Brasil
Igor Mateus Alves da Silva e Francisco Iuri Holanda de Oliveira
O recurso de audiodescrição de filmes do gênero drama nas principais plataformas de streamings do Brasil
Eveline Soares de Araújo e Magda Rebeca Marques de Lima
O recurso de audiodescrição de filmes do gênero suspense nas principais plataformas de streaming do Brasil
Ester de Lucena Gonçalves e Cícera Jainy Batista Lima
Audiodescrição: estratégias para garantir acessibilidade estética de programações culturais
Paulo Willame Araújo de Lima e Lara Andrade Lima
Folia com AD: quando a audiodescrição entra na avenida
Mariana Sabino e Fabrício Branchini Beltramini
The Last Of Us Part II: um game acessível para deficientes visuais
Jorge Leandro Martins Sousa e Gabriel Gustavo Carneiro Braga
Uns de cá outros de lá
Ana Julia Perrotti Garcia e Luiz Henrique Kichel
Acessibilidade aos meios audiovisuais: ensino, pesquisa e extensão para sua exploração criativa em codesign com usuários
Leticia Lorier
Exposição Na Ponta dos Dedos: consultoria e harmonização da AD, da peça tátil e do rastreamento de toque
Neyara Rebeca Barroso Lima e Vera Lúcia Santiago Araújo
Exposição O Que Não Nos Disseram – 2ª Edição
Andressa Meireles, Roberto Vieira e Vera Lúcia Santiago
O impacto da pandemia Covid-19 nas produções audiovisuais em Língua Brasileira de Sinais
Graziele Lucio Gomes Fraga e Sarah Maria de Oliveira Queiroz
Parâmetros técnicos de captação e edição da janela de Libras, vestimenta dos intérpretes de libras e o mercado
Quetlin Ester Camargo Ribeiro de Araújo e Graziele Lucio Gomes Fraga
Audiodescrição e a sensualidade na cena cotidiana do cinema
Bell Machado
Audiodescrição em filmes do 25º Cultura Inglesa Festival
Lívia Maria Villela de Mello Motta e Andréia Paiva
Audiodescrição na primeira pessoa do singular
Márcia Caspary e Luiza Caspary
Reflexão sobre notas introdutórias em audiodescrição
Elizabet Dias de Sá
VerOuvindo – Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife © 2022.
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Resumo: A investigação em locução audiodescritiva tem apontado nas pesquisas mais recentes em Tradução Audiovisual acessível (TAVa) novos parâmetros sobre o papel da voz e da expressividade de fala na tarefa de audiodescrição da estética cinematográfica. Nesta pesquisa de doutorado em andamento, propomos a integração da locução audiodescritiva de filmes ao recurso de narração voice-over de filmes de suspense e estilo noir com o objetivo de verificar com os consultores e usuários com deficiência visual a viabilidade desta proposta. Esta é uma pesquisa qualitativa com objetivos descritivo-exploratórios e conta com o suporte teórico-metodológico da TAVa, dos Teoria do Cinema, e da Fonoaudiologia. Espera-se ao final do estudo, delimitar uma proposta de locução audiodescritiva sobre a maneira como o gênero fílmico suspense/noir pode ser ressignificado na locução audiodescritiva e integrado ao voice-over.
Palavras-chave: Locução audiodescritiva. Narração voice-over. Gênero Fílmico. Suspense/ noir.
Resumo: Discutir a importância da participação do realizador/diretor da obra na produção de acessibilidade. Quais as vantagens e desafios encontrados no processo? Como elaborar um percurso mediado pela audiodescrição sem corromper a obra? Quais as possibilidades de ampliação artística? Como se produz a acessibilização das legendas? Trabalhos a serem citados dentro do tema: Sob a sombra da palmeira https://vimeo.com/403107133 e Poemas do Camboja (2020) https://vimeo.com/388523111, de Tomyo Costa Ito.
Observação: O filme Sob a sombra da palmeira foi submetido para o processo de seleção da Mostra Competitiva de filmes com audiodescrição. Link de acesso: https://youtu.be/qebXzGVpg1c
Patrícia Almeida
Mestranda em Cinema e Audiovisual, Especialista em Arte, Cultura e Educação e em Audiodescrição (UFJF). Autora do livro Vendo Pão & Água – poesias e canções (2010). Coordena a Sessão Lanterninha do Primeiro Plano Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, pesquisa cinema, cultura sonora e diferentes linguagens. Interessa pela produção da diretora japonesa Naomi Kawase. Questiona como se utilizam dos recursos de acessibilidade para além da democratização dos espaços e com a intenção de desvendar novos olhares. Atua na área de produção cultural, poesia, videoarte e audiodescrição. Ficou em primeiro lugar no Edital LAB MG 23/2020 com a pesquisa artística Atrás da poesia, apenas uma padeira. Realiza vídeo produções experimentais que engloba videoarte, poesia, artesanato e acessibilidade comunicacional.
Tomyo Costa Ito
Doutor em Comunicação pelo PPGCOM-UFMG na linha de pesquisa Pragmáticas da Imagem. Investiga os modos de elaboração do passado traumático cambojano em quatro filmes do cineasta Rithy Panh a partir de dois procedimentos cinematográficos principais: a escuta e o uso dos arquivos. Realizou um duplo estágio sanduíche: na Université Paris 1 (França), sob a orientação da Profa Dra Sylvie Lindeperg, investigando o uso de imagens de arquivo em documentários históricos; e na American University of Phnom Penh (Camboja), sob a orientação da Profa Dra Theresa de Langis, investigando os filmes de propaganda do Khmer Vermelho retomados por Rithy Panh em seus filmes.
Mestre em Comunicação pelo PPGCOM-UFJF (2013). Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009). Cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro (2010). É artista, realizador de filmes de documentário, ficção e videoarte, tendo realizado duas exposições individuais: as videoinstalações “Espelhos do Tempo”, em Juiz de Fora – MG (2014), e “Vaso de Ozu”, em Belo Horizonte – MG (2018). Suas pesquisas acadêmicas estão situadas no âmbito das imagens com ênfase na experiência estética e o engajamento demandado ao espectador. Em sua produção textual busca desenvolver uma escrita ensaística a partir de proposições de Walter Benjamin.
Resumo: Esse trabalho foi criado baseado nas pesquisas desenvolvidas por Daniella em arte, inclusão e acessibilidade. Os recursos de acessibilidade são realizados como parte da criação artística/ coreográfica. A audiodescrição (descrição de imagens para pessoas com deficiência visual), a legenda para surdos e ensurdecidos (com marcadores de som e fala) e a Língua Brasileira de Sinais (voltada para o público surdo) fazem parte da poética do trabalho e pensados em ser apresentados numa linguagem acessível para o público infantil, de forma lúdica.
As crianças vão poder entrar em contato com um conteúdo pensado para todo o público infantil, aqui ninguém fica de fora. São práticas simples que podem inspirar as crianças a conhecer a diversidade no mundo e também alimentar seu mundo imaginário, já que durante o tempo de pandemia o afastamento social esteve presente no nosso dia-a-dia. Como muitas crianças foram privadas do acesso a parques e praças, o vídeo também foi idealizado para que elas se re-conectem à natureza. Quintal de Joaquim foi gravado no distrito de Joaquim Egídeo, que pertence à cidade de Campinas, um refúgio para muitos moradores da região. Respirar, relaxar, brincar e encontrar alternativas para semearmos um mundo melhor para vivermos em ComumUnidade.
O grupo é composto pela família de Daniella. Da cidade de São Paulo, vieram morar em Campinas para que ela pudesse fazer seu doutorado e cultivar mais qualidade de vida numa cidade do interior. Ela é pesquisadora em dança, inclusão e acessibilidade. Também é especialista em Audiodescrição pela UFJF e Fonoaudióloga pela PUC/SP, fundadora do Música e Movimento Acessibilidade Cultural. Casada com Uirá Kuhlmann, consultor em educação musical para educadores e Diretor da Empresa Música e Movimento – Núcleo de Pesquisa e Formação em Educação Musical Ativa. Do encontro da Música e do Movimento veio Guegué, nosso filho que nasceu com um quadro neurológico e trazendo muitas alegrias para nossa família. Estamos muito felizes com ele pois neste projeto estreia como músico e sonoplasta. Esse projeto foi realizado para uma mostra cultural durante a pandemia e pensado em disseminar a arte, inclusão e acessibilidade junto às crianças, famílias e profissionais da área da educação.
Seguimos em frente, todes juntes!
Resumo: Abordar a produção de audiodescrição sobre uma filme/vídeo de autoria da própria audiodescritora. Quais as vantagens e desafios encontrados no processo? Quais as possibilidades de ampliação artística? Qual a importância da consultoria no resultado final?
Link: Por volta das seis (2002) https://youtu.be/4KjLh6H3N7Y
Patrícia Almeida
Mestranda em Cinema e Audiovisual, Especialista em Arte, Cultura e Educação e em Audiodescrição (UFJF). Autora do livro Vendo Pão & Água – poesias e canções (2010). Coordena a Sessão Lanterninha do Primeiro Plano Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, pesquisa cinema, cultura sonora e diferentes linguagens. Interessa pela produção da diretora japonesa Naomi Kawase. Questiona como se utilizam dos recursos de acessibilidade para além da democratização dos espaços e com a intenção de desvendar novos olhares. Atua na área de produção cultural, poesia, videoarte e audiodescrição. Ficou em primeiro lugar no Edital LAB MG 23/2020 com a pesquisa artística Atrás da poesia, apenas uma padeira. Realiza vídeo produções experimentais em parceria com outros poetas e artistas. Autora do projeto Transfusão Poética, que engloba videoarte, poesia, artesanato e acessibilidade comunicacional.
Jairo Jardim
Bacharel em Direito pelo Instituto Doctum/Juiz de Fora. Pesquisa audiodescrição desde 2012. Foi membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Juiz de Fora (2014/2020). Realizou audiodescrição de programas eleitorais nas Eleições de 2020. Realizou consultoria em vários trabalhos recentes de Patrícia Almeida, com destaque para o curta de animação de Alessandro Driê, ChaosVid (http://www.drie.com.br/) e dos longas A árvore, de André Gil Mata e O dia em que ele chegar, de Hong Sang-Soo.
Resumo: O presente estudo apresenta uma análise descritiva com abordagemqualitativa da tradução audiovisual para a Libras (TALS) do clipe musical “Era uma vez” do projeto “Terapia da Alegria”. O clipe publicado em 2020 no YouTube tem duração de 1min47seg, nele nove palhaços cantam de forma humorada uma narrativa infantil sobre animais. À luz da linguagem cinematográfica (MARTIN, 2015; MASCELLI, 2010), a tradução do material levou em consideração aspectos estéticos tanto em elementos linguísticos quanto não linguísticos. A sintaxe audiovisual do clipe possui: movimentação de câmera, diferenciações de ângulos, cenário hospitalar com diferentes objetos musicais e infantis; vestuário de palhaçaria e hospitalar. O clipe inicia com a preparação dos palhaços, durante a cantoria sobreposições de vozes, toques de instrumentos e incorporações de animais através de onomatopeias caracterizaram o caráter performático da apresentação. Para o trabalho de tradução, refletiu-se como a TALS poderia vir a compor o vídeo de maneira que não parecesse apenas ser uma sobreposição de outro vídeo no clipe original, mas uma tradução em composição estética visual coerente ao vídeo fonte (MEDEIROS, 2021). Para tanto, elementos verbais e não verbais foram analisados. Dentre os pontos analisados, destaco: a) o tradutor entra em quadro andando como os palhaços costumam fazer em circos e shows até o local comumente utilizado para a TALS – canto inferior direito; b) a roupa que o tradutor utiliza é uma camisa azul marinho lisa, um jaleco branco, uma boina e um nariz vermelho, fazendo notório o pensamento de que o tradutor deve compor o vídeo e não apenas aparecer em um canto como um vídeo a mais que foi introduzido e sincronizado com o vídeo original; c) para contemplar as onomatopéias dos animais, esteticamente o tradutor optou pela incorporação dos animais, explorando a visualidade estética verbal do discurso em Libras; d) para contemplar a sobreposição de vozes, a TALS aparece nos dois lados da tela, sendo que no canto inferior direito o tradutor segue a voz do palhaço principal e no canto inferior esquerdo o tradutor incorpora os animais que simultaneamente estão emitindo sons. Enfim, a tradução configura uma produção estética convidativa ao público alvo através da composição visual estética, para tanto a composição audiovisual da imagem do tradutor transpassa o habitual e explora elementos de outras áreas, como da linguagem cinematográfica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MEDEIROS, J. R. Tradução e letramento acadêmico: uma proposta metodológica do processo tradutório do par linguístico língua portuguesa/libras. Disponível em: https://www.ines.gov.br/seer/index.php/revista-espaco/article/viewFile/453/602. Acesso em: 16/09/2021.
MARTIN, M. A Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2005. MASCELLI, J. V. Os cinco Cs da cinematografia: técnicas de filmagem. Summus, 2010. SARZI-RIBEIRO, R. A. O dispositivo videográfico e as narratuvas de si mesmo e do outro videocorpo. In: Palíndromo, v.10 no 21, p. 101-115. 2018. Disponível em: ttps://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/12632. Acesso em 01/04/2022. Acesso em: 26/06/2022.
Resumo: Este trabalho, um recorte de minha dissertação de mestrado, com suporte teórico-metodológico nos Estudos da Tradução, mais especificamente na área da Tradução Audiovisual Acessível (TAVa), tem por objetivo principal investigar como foi trabalhada a segmentação retórica na Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) do primeiro episódio da série de ficção dramática Crisálida, uma produção bilíngue (português/Libras) integrante do catálogo da plataforma de streaming Netflix. Segmentação em legendagem refere-se à distribuição do texto traduzido entre as linhas de uma legenda ou entre legendas diferentes. No nível retórico, segundo Reid (1990), tem relação com a divisão do texto respeitando o ritmo das falas, e, se mal executada, pode comprometer a experiência audiovisual pela perda de sincronia entre fala e texto. Por sua vez, vídeos em Libras, como os da série em questão, representam um desafio para a tradução em legendas por conta da diferença de modalidade entre essa língua fonte, de natureza gestual-visual, e a língua alvo, no caso o português, de natureza oral-auditiva (SOUZA; VIEIRA, 2019). A metodologia aqui utilizada é do tipo descritiva e tem uma abordagem baseada em corpus. Para a análise, foi proposto um modelo de etiquetagem, isto é, uma forma de marcar no texto legendado os trechos com problemas de segmentação, sejam eles relativos a atraso ou antecipação de informação, tanto em língua oral como em língua de sinais. Os resultados na análise revelam que a maior parte dos problemas de segmentação foram referentes ao atraso da informação textual em relação às falas em Libras, o que pode ser explicado pela estratégia dos legendistas da série em marcar as legendas pela fala oral da interpretação Libras-português que ocorre na trama, e não pela fala sinalizada dos personagens surdos. Por fim, foi feita uma proposta de relegendagem de alguns desses trechos, respeitando os parâmetros técnicos e linguísticos defendidos pelos teóricos da TAVa (ARAÚJO; VIEIRA; MONTEIRO, 2021; DÍAZ CINTAS; REMAEL, 2021). Espera-se com a presente pesquisa contribuir para a formação de novos legendistas comprometidos com a causa da acessibilidade.
Resumo: Este trabalho discute as relações entre os elementos estéticos cinematográficos e as traduções audiovisuais para a Libras. Parto da concepção que a atitude estética corresponde às diferentes experiências linguísticas e visuais que conduzem o espetador-leitor e o tradutor-produtor às interpretações criativas que envolvem elementos linguísticos e não linguísticos de uma tradução audiovisual (MARTIN, 2015; RIBEIRO, 2012). O vídeo além de dispositivo- suporte ainda é uma linguagem tecnológica digital (SARZI-RIBEIRO,2018) que possui uma sintaxe audiovisual (MARTIN, 2015), por isso o tradutor enquanto agente discursivo pode (re)criar em movimentos semióticos textos audiovisuais esteticamente criativos utilizando os conhecimentos da linguagem cinematográfica. Com base em Martin (2015) e Mascelli (2010), teóricos cinematográficos; Medeiros (2018;2021), Castro (2012) e Vieira (2016), tradutores de Libras que trabalham com a linguagem cinematográfica; este estudo consiste em uma análise descritiva com abordagem qualitativa de traduções audiovisuais para a Libras publicadas no Instagram na função reels. Pela dinâmica visual dos textos em reels, essa funcionalidade passou a ser uma forma de exteriorizar as produções criativas dos usuários (CIDREIRA, PINTO, 2022), influenciando as composições textuais das traduções. O trajeto metodológico consistiu em: estudos bibliográficos sobre os elementos da linguagem cinematográfica; levantamento de traduções audiovisuais em reels com estéticas diferenciadas; identificação e análise descritiva das traduções elencadas com objetivo de identificar as relações semióticas entre os elementos estéticos da linguagem cinematográfica e a tradução audiovisual para a Libras. Os vídeos selecionados foram dos perfils públicos dos tradutores: @josenetolibras, @luana.libras, @juliannolibras e @efralibras. O corpus possui traduções nos gêneros: 2 musical, 1 reflexivo, 3 humor, 1 poema. Os seguintes elementos da sintaxe cinematográfica foram elencados: movimentos dos tradutores em quadro, efeitos sobre a imagem do tradutor, cenários, ângulos de gravação. Dentre os resultados: a) a corporeidade dos tradutores não se limitando a pontos fixos de enquadramento; b) caracterização dos personagens através do vestuário, inclusive sem vestimenta; c) a imagem do tradutor pode ter alterações através de efeitos, sendo complementos significativos a proposta textual; d) a imagem do tradutor é alterada por efeitos audiovisuais coerentemente com os elementos discursivos do texto traduzido; e) a movimentação do tradutor, gera efeitos de ênfase no discurso e aproximação ao espectador-leitor; f) o fundo do vídeo é cenário, podendo possuir objetos interativos a performance tradutória; g) o cenário pode sobrepor o corpo do tradutor; h) as legendas podem representar de vozes off e interagir com o discurso em Libras. Tendo em vista a autoprodução criativa, na medida em que a comunidade Surda quebra padrões, com isso inova nas formas de fazer literatura digital, os gêneros digitais passam a poder ter flexibilização em suas sintaxes audiovisuais e possibilidades semióticas diferenciadas entre os elementos linguísticos da Libras e os elementos não linguísticos que o vídeo oferece ao usuário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CASTRO, N. P. A tradução de fábulas seguindo aspectos imagéticos da linguagem cinematográfica e da língua de sinais. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução. UFSC, 2012.
CIDREIRA, R. P; PINTO, N. M. O corpo performático nas redes sociais: narrativas audiovisuais no reels do Instagram. In: Mídia & Cotidiano. Programa de Pós-graduação em mídia e cotidiano.v.16, n.1. 2022. Disponível em: https://periodicos.uff.br/midiaecotidiano/article/download/52152/30963/183640. Acesso em: 26/06/2022.
MARTIN, M. A Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MA. SCELLI, J. V. Os cinco Cs da cinematografia: técnicas de filmagem. Summus, 2010.
MEDEIROS, J. R. Tradução e letramento acadêmico: uma proposta metodológica do processo tradutório do par linguístico língua portuguesa/libras. Disponível em: https://www.ines.gov.br/seer/index.php/revista- espaco/article/viewFile/453/602. Acesso em: 16/09/2021.
MEDEIROS, Jonatas Rodrigues. O corpo de quem traduz não é legenda, mas vida que pulsa!. Entrevista ao Festival de Filmes com Acessibilidade Comunicacional do Recife: Verouvindo. 2021. Disponível em : https://verouvindo.com.br/o-corpo-de-quem-traduz-nao-e-legenda-mas-vida-que-
pulsa-entrevista-com-o-homenageado-jonatas-medeiros/ . Acesso em: 20/05/2022.
NORD. C. Análise textual em tradução: bases teóricas, métodos e aplicação didática. Trad. e adapt. ZISPSER, M. E. São Paulo: Rafael Copetti Editor, 2016.
RIBEIRO, E. S. Tradução como um processo semiótico. In: Revista Linguagem em Foco. V.4 n.1, 2012. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/1954. Acesso
em: 26/06/2022.
SARZI-RIBEIRO, R. A. O dispositivo videográfico e as narrativas de si mesmo e do outro videocorpo. In: Palíndromo, v.10 no 21, p. 101-115. 2018. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/12632. Acesso em 01/04/2022. Acesso em: 26/06/2022.
VIERIA, S. Z. A produção narrativa em Libras: uma análise dos vídeos em língua brasileira de sinais e da sua tradução intersemiótica a partir da linguagem cinematográfica. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução. UFSC.2016.
Resumo: Esta comunicação propõe o compartilhamento das experiências e reflexões acerca do trabalho desenvolvido no projeto “Shakespeare em Libras”. Desde 2017, a proposta tem sido executada sob a direção de Adriana Somacal, docente de Teatro Bilíngue (Libras/Português) no Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, Campus Palhoça Bilíngue e diretora do Grupo Signatores – arte com atores surdos, fundado em 2010 na região sul do Brasil.
Iniciada durante as aulas do curso de Formação e Iniciação Continuada de Teatro Bilíngue (FIC), a pesquisa sobre o potencial do texto de Romeu e Julieta em Língua Brasileira de Sinais seguiu em desenvolvimento como tema central de doutorado de Adriana Somacal no Programa de Pós Graduação em Teatro, na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
Em 2019, o projeto foi selecionado na categoria “Espetáculo Teatral”, no 24o Cultura Inglesa Festival, com estreia prevista para maio de 2020, que acabou não ocorrendo em função da pandemia. Neste período, o Grupo Signatores decidiu alterar o formato da montagem para o audiovisual e o roteiro foi completamente reformulado. Em Maio de 2022, o curta-metragem “Romeu e Julieta”, encenado em
Libras e protagonizado por elenco de pessoas surdas, estreou no 25o Cultura Inglesa Festival, no formato online.
O curta-metragem “Romeu e Julieta” é uma adaptação contemporânea em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) de Shakespeare, com estética híbrida e poética. Durante o carnaval de Verona, acompanhamos a história de amor dos jovens Romeu e Julieta e os conflitos gerados pela mídia sensacionalista em meio a uma realidade de ódio e exploração da violência.
Com a adaptação do texto de Shakespeare para a Língua Brasileira de Sinais alinhados ao potencial criativo das ferramentas audiovisuais, o projeto propõe um trabalho artístico inovador com o elenco de pessoas surdas, a poesia da Língua de Sinais e relevância na divulgação da Arte da Comunidade Surda.
Resumo: Este trabalho apresenta a acessibilidade nas Instituições escolares não é um tema novo. A UECE, sobretudo, tem buscado meios de garantir que todos os alunos, sem exceção, possam estudar sem que a falta de informações e de pessoas capacitadas atrapalhem o processo estudantil. Uma das maneiras encontradas para evitar a falta de informações, é tornando-as acessíveis também aos universitários portadores de limitações. No âmbito da Universidade, contamos com a colaboração do grupo de pesquisa LETRAA (Legendistas, Tradutores e Audiodescritores), coordenado pela Profa. Ms. Sara Mabel Ancelmo Benvenuto. O Grupo LETRAA é um exemplo em trabalhos com recursos de tradução acessível que produzem conteúdos por meio da audiodescrição (AD), legendas, traduções, LSE, tanto de imagens, como de vídeos. As AD’s são voltadas para a caracterização de pessoas, objetos e artes gráficas por intermédio da fala ou da escrita do audiodescritor para o público PCDV. Assim, estes, podem ouvi-las através dos trabalhos desenvolvidos pelos Audiodescritores do Grupo LETRAA. O trabalho de audiodescrição envolve todo um estudo sobre o que precisa ser descrito, para ser da forma mais acessível. Para a realização de uma AD, os audiodescritores recebem as artes gráficas ou vídeo, que geralmente são enviadas via grupo de whatsapp, é necessário fazer um estudo sobre qual a melhor forma de descrever, e sempre seguindo os parâmetros, e vendo quais outras informações seriam necessárias para a conclusão da AD. Após a finalização, as artes e os vídeos são enviados para a revisão e logo após é enviada no grupo ou no drive, e assim estão aptas para sua veiculação que acontece de várias maneiras.
Palavras-chave: Audiodescrição, acessibilidade, LETRAA
Resumo: Este é um trabalho descritivo sobre um mapeamento das audiodescrições (ADs) presentes nas plataformas de streaming populares da atualidade, realizado durante uma disciplina do curso de Licenciatura em Língua Inglesa da UECE. Na disciplina Oficina IV, os alunos foram separados em grupos na qual cada um foi designado a um gênero de filme em plataformas de streaming como: Netflix, Disney plus e Amazon prime na qual nossa equipe ficou responsável pelo género ação, a fim de encontrarmos quais seriam acessíveis e de preferência com a AD em português. Entre os alunos da disciplina estavam presentes alguns integrantes do projeto de acessibilidade audiovisual da FECLI (Faculdade de Educação Ciências e Letras de Iguatu) ,o LETRAA (Laboratório de Estudos da Tradução Audiovisual), coordenado pela Profa Sara Mabel Ancelmo Benvenuto. Em um período de um mês foi realizado o mapeamento das plataformas e assim foi apresentado o resultado final da pesquisa para o encerramento da disciplina. Na Netflix foram encontrados um total de 10 filmes do gênero ação com a AD em português, na Amazon Prime Video apenas 1 e na Disney plus um total de 21. A segunda parte do projeto se tratava da análise de uma AD escolhida pelo pesquisador, nossa escolha foi o filme “Mulan”, disponível na plataforma Disney plus. Levamos em consideração na análise os parâmetros de AD (BENVENUTO & LIMA, 2017; PAYÁ, 2010) que conseguimos observar após assistir e analisar a AD do filme em questão. Características que foram apontadas durante a apresentação da análise: A AD é inserida nos momentos de silêncio do filme, ela descreve o gênero, características dos personagens como porte físico, cabelos e também sentimentos e expressões que eles possuem durante o filme, os poderes especiais e cenas de combate estão presentes na AD o que é positivo levando em conta o gênero ação. A voz da locutora é madura e tem um tom agudo médio, a descrição é neutra e não sugere emoções como felicidade ou tristeza. Ao fim concluímos que a AD de “Mulan” narrada por Helena Fruet é competente pois cumpre os parâmetros e transmite as informações importantes para o entendimento da obra.
Palavras-chave: Audiodescrição. Streaming. Acessibilidade.
Resumo: Este resumo trata-se de um trabalho descritivo sobre o recurso de audiodescrição em língua portuguesa nas plataformas de streamings, das quais destacamos: Netflix, HBO Max, Amazon Prime Video, Disney Plus, Telecine e Globo Play. Esta investigação surgiu como parte avaliativa da disciplina Oficina IV do curso de Letras – Inglês da Universidade Estadual do Ceará (UECE), campus Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI), em colaboração com o grupo de pesquisa da mesma faculdade, LETRAA (Laboratório dos estudos da Tradução Audiovisual), coordenado pela Profa. Ms. Sara Mabel Ancelmo Benvenuto. O estudo é parte da pesquisa em “Mapeamento da AD em Streamings no Brasil”, do Grupo LETRAA, e tem como objetivo verificar quantas dessas plataformas dispõem do recurso de acessibilidade de audiodescrição (AD) em língua portuguesa nos filmes do gênero Drama. Em vista disso, realizamos um mapeamento nas plataformas de streamings a partir da análise do catálogo de filmes do gênero Drama com AD em português de cada plataforma, considerando a presença do recurso e selecionando dentre eles 3 audiodescrições a serem analisadas detalhadamente de acordo com os parâmetros de AD (BENVENUTO & LIMA, 2017; PAYÁ, 2010). Na Netflix, ao clicar na aba “audiodescrição”, são elencadas apenas 11 obras do gênero Drama com AD em português. Já em uma pesquisa de forma manual, apenas mais dois filmes podem ser selecionados. Na HBO Max, ao ser acionada a aba “descrição de áudio” ou em uma averiguação manual na categoria drama, não há filmes com AD em português ou com outro recurso de acessibilidade. Nas plataformas Globo Play e Telecine Play, não existe categoria específica de AD para os filmes e mesmo em um trabalho manual, respectivamente, os resultados são negativos. As plataformas Disney Plus e Amazon Prime também não possuem uma categoria que direcione o espectador a filmes com AD. Dessa forma, nas duas plataformas realizamos a tarefa manual de mapear: na Disney Plus, apenas 5 filmes estão disponíveis com AD na língua portuguesa. Na Amazon Prime, identificamos somente uma produção fílmica com AD em português. A segunda etapa de análise considerou as obras fílmicas “Imperdoável” (2021), da Netflix; “Meu irmão persegue dinossauros” (2019), da Disney Plus; e “Quem vai ficar com Mário?” (2021), da Amazon Prime. Dentre as categorias de análise das ADs, consideramos a correspondência com o gênero Drama, assim, analisamos aspectos da linguagem audiovisual no roteiro e na locução de voz das ADs. Comumente, filmes de Drama lançam mão de mecanismos audiovisuais que abranjam a expressividade das personagens e a carga dramática da trama, no entanto, esses mecanismos não foram contemplados na AD. De modo geral, na AD das obras analisadas, notamos o texto lacônico bem como a locução robótica e apática com a velocidade e o tom da voz praticamente inalterados, não traduzindo e ressignificando os elementos dramáticos do gênero. Logo, concluímos que são ADs problemáticas ao ponto de haver autoria explícita apenas em “Imperdoável” e “Meu irmão persegue dinossauros”.
Palavras-chave: Audiodescrição. Acessibilidade. Streamings.
Resumo: Este trabalho apresenta mapeamentos de seis plataformas de streaming e análises de quatro filmes com audiodescrição (AD) em língua portuguesa e de gênero Suspense, como parte avaliativa da disciplina de Oficina IV, do curso de Letras Língua Inglesa, feito com a colaboração do grupo de pesquisa LETRAA (Laboratório dos Estudos de Tradução Audiovisual), da FECLI/UECE, coordenado pela Profa. Ms. Sara Mabel Ancelmo Benvenuto, no ano de 2021. A primeira parte procede de mapeamentos de filmes das plataformas de streaming: Netflix, Amazon Prime, HBO Max, Disney Plus, Globoplay e Telecine. Ao todo, foram encontrados dez filmes com AD em língua portuguesa. Nove deles na Netflix, e um na plataforma Prime Vídeo, da Amazon Prime. Os filmes encontrados na Netflix foram: Bird Box (2018) – Susanne Bier, Fuja (2021) – Aneesh Chaganty, Awake (2021) – Mark Raso, Terapia do Medo (2021) – Roberto Moreira, M-8 Quando a Morte Socorre a Vida (2019) – Jeferson De, Zona de Combate (2021) – Mikael Håfström, Tem Alguém na Sua Casa (2021) – Patrick Brice, O Céu da Meia Noite (2020) – George Clooney, Exterminadores do Além (2018) – Fabrício Bittar. O filme encontrado na plataforma da Amazon Prime, foi A Gruta (2020), dirigido por Arthur Vinciprova. Nas plataformas: HBO Max, Globoplay e Telecine play, não foram encontrados filmes com AD. No entanto, na Disney Plus, apesar de terem sido encontrados filmes do gênero Suspense com AD, nenhum deles tinha AD em português, somente em língua inglesa. No streaming da Amazon, obteve-se apenas um resultado de filme com AD em um catálogo com mais de mil produções na categoria pesquisada. Três dos quatro filmes analisados: Awake (2021), Bird Box (2018) e Fuja (2021), fazem parte da Netflix e o quarto: A Gruta (2020), está no catálogo do Prime Vídeo. Na etapa seguinte da pesquisa, foram realizadas as análises, com base em (BENVENUTO & LIMA, 2017 e PAYÁ, 2010), as quais, de natureza descritiva, foram subdivididas em três distintos levantamentos: O primeiro, foi a análise fílmica de cada uma das obras estipuladas; no segundo, sucederam as análises dos roteiros de suas respectivas ADs; e no terceiro, deram-se as análises das locuções das ADs de cada uma das quatro obras audiovisuais escolhidas. Em suma, após os mapeamentos e análises individuais, e, em seguida, discussão da equipe a respeito de cada plataforma e etapas da pesquisa, inferimos que boa parte dos serviços de streaming não dão opções de acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, e nas plataformas em que há esse tipo de inclusão, o número de produções nos catálogos é escasso e insuficiente. Quanto à caracterização do roteiro da AD nos filmes analisados, esses podem ser classificados como lacônicos, tendo uma baixa densidade lexical e textos breves. Sendo sua locução de voz não correspondente ao gênero suspense, com uma velocidade, tom, frequência e expressão de voz em sua maioria monocórdios, apáticos e com poucos recursos de expressividade da voz.
Palavras-chave: AD de Filmes; Plataformas de Streaming; Suspense.
Resumo: A Organização Mundial de Saúde – OMS estima que haja mais de 252 milhões de pessoas cegas ou baixa-visão no mundo. As estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, partindo das pesquisas do IBGE, em 2019 eram de que no Brasil existem mais de 1 milhão e meio de pessoas brasileiras com cegueira. Uma pergunta que inquieta e mobiliza a apresentação deste trabalho é: a quais programações culturais essas pessoas têm acesso? Será que as atividades culturais pensam acessibilidade como parte integrante do processo criativo e da publicização dos resultados artísticos? Esta comunicação tem o interesse de compartilhar as experiências de acessibilização dos projetos culturais “Concerto de ponta-cabeça” (artes cênicas em registro audiovisual), “Correspondências para um mundo que não acabou” (exposição virtual) e “Um conto: histórias em resíduos” (curta-metragem). O objetivo é tensionar a reflexão sobre a necessidade de pensar acessibilidade como estruturante de um projeto cultural e, em quando não sendo, pensar estratégias para garantir ferramentas de acessibilidade de maneira eficiente. Os audiodescritores e autores desta comunicação – Paulo W. Lima e Lara Lima – carregam consigo, guiando o fazer acessível dos projetos mencionados, o compromisso e a metodologia de entender e produzir acessibilidade como uma pauta política e social que atravessam existências marcadas por identidades políticas, de modo que ferramentas como a audiodescrição sirvam não só à pessoas cegas e baixa-visão, mas possam também alcançar subjetividades como pessoas disléxicas, analfabetas ou mesmo aquelas sem letramento cultural para certos temas ou abordagens das obras acessadas, pois a cultura, antes mesmo de ser um direito é uma condição para a nossa existência em sociedade.
Palavras-chave: acessibilidade estética, direito à cultura, identidade política, tecnologias de baixo custo.
Resumo: O Carnaval, que é um dos maiores espetáculos a céu aberto do mundo, traz uma riqueza de detalhes ímpar. As diversas alas que compõem o desfile de cada escola levam inúmeros formatos, vasta variação de cores e muito brilho em suas alegorias e indumentárias.
Por se tratar de um megaevento, equipes de diferentes áreas devem trabalhar integradas para garantir o espetáculo. Com a atividade de audiodescrição, não é diferente. Além da seleção dos profissionais e preocupações com a logística, há uma intensa tarefa de elaboração de roteiro para apresentar cada Escola de Samba (mais de quinze) em três dias de desfile. Sem falar nas informações sobre o Sambódromo, o camarote de onde o público com deficiência visual acompanha o evento e os instrumentos musicais que compõem a bateria.
Para a elaboração dos roteiros, são levantadas informações sobre a agremiação, tais como datas de fundação, títulos conquistados, curiosidades e, principalmente, informações sobre o desfile a ser apresentado, que constam em pasta entregue à Liga das Escolas de Samba. Nela, o roteirista tem acesso às características das fantasias e das alegorias, além das informações que contextualizam as mesmas em função do tema desenvolvido para o desfile.
O audiodescritor, munido de informações fidedignas providas pela diretoria da escola, encontra formas de oferecer um texto coeso, sempre preservando-o de inferências desnecessárias ou subjetividades. Durante a transmissão, ele irá mesclar as informações visuais ao vivo com as previamente elaboradas no roteiro. O resultado do processo criativo é uma transmissão que transita entre a audiodescrição e mediação. O balizamento para a “transgressão” desses limites é dado pelo consultor em audiodescrição, que irá dosar as fontes de informações e aprovar um texto final visando ser inteligível para a vasta maioria das pessoas com deficiência visual. Ele também está presente durante o evento acompanhando a transmissão e orientando o audiodescritor em tempo real.
Durante o trabalho de transmissão ao vivo do evento, o desafio se soma ao fato de a atividade de audiodescrição ser feita a partir de uma cabine posicionada quase na mesma altura da avenida, o que propicia visão restrita do desfile. Além do fato de a cabine oferecer campo visual de uma pequena fração de meio quilômetro de avenida.
Tão peculiar quanto o evento em si, a locução de audiodescrição deve levar em consideração o tempo hábil para narrar toda a informação em intervalos cronometrados, que variam conforme o passo da escola. Por vezes, a escola opta por iniciar sua apresentação mais devagar e acelerar do meio para o final do trajeto. De forma contrária, a escola pode optar por preencher a avenida logo do início e impor um ritmo mais lento ao se dirigir para o final. E ainda há de contar com as surpresas e percalços que podem ocorrer em um evento deste porte e que envolve um grande número de pessoas, dentro e fora da avenida. Ao audiodescritor, cabe, portanto, o desafio de descrever as informações prioritárias, acompanhar o ritmo de cada escola, estar em sintonia com sua dupla e equipe, além de levar aos foliões o encantamento do Carnaval, em mais de 10 horas de evento por dia.
Resumo: A proposta deste trabalho propõe apresentar os recursos de acessibilidade sonora do videogame The Last Of Us Part II (2020), desenvolvido pela empresa Naughty Dog, voltados para os jogadores deficientes visuais ou baixa visão. A ideia da empresa foi entregar um produto acessível que fornece a possibilidade para que qualquer pessoa possa experienciar o game. Portanto, a nossa atenção será no som do jogo; como o som/áudio é realmente acessível e como esses recursos estão estruturados durante a narrativa do game. A sociedade contemporânea é muito baseada na imagem e no visual. Ou seja, a todo instante somos bombardeados por milhares de imagens e muitas vezes a relação com o som é deixado de lado ou não tem muita importância ou, quando não, os sons estão ligados a uma cultura altamente visual. O videogame The Last Of Us Part II (2020) é um game extremamente visual, mas todo o aspecto imagético do jogo é deixado de lado, baseado nas configurações de acessibilidade para os deficientes visuais, o som passa a ser o fator principal para a imersão, narrativa e o gameplay do game. Seja pela trilha e efeitos sonoros, Sound Design e todas as inferências auditivas, em áudio 3D, que estão nas camadas sonoras do jogo. Dessa forma, o game se apresenta em um ambiente totalmente sonoro e, através desses conjuntos de sons, ensina o jogador como prosseguir na narrativa. A base argumentativa e o tema da pesquisa estão ligados diretamente com a ideia de letramento sonoro, a partir dos estudos do som e sonoridades, nos conceitos de Audição Oral e Audição Letrada, abordados pelo autor Derick Kerckhove (2009) e conceitos sobre Cultura do Ouvir, abordado pelo autor José Menezes (2008). Temas que versam, justamente, na relação entre os meios de comunicação e o corpo humano a partir do som e suas especificidades técnicas e culturais. Dessa forma, esses conceitos explicitam o indivíduo como receptor desses sons/sonoridades para além do som simplesmente como mídia.
Palavras-chaves: Acessibilidade. The Last Of Us. Videogame. Sonoridades.
Resumo: O isolamento social tornou ainda mais complexa uma atividade que, nos tempos pré-COVID, já tinham suas dificuldades: a audiodescrição de eventos ao vivo. Seja por questões ligadas ao evento em si, ao deslocamento da equipe e do público espectador, seja por questões ligadas à noção administrativa e às crenças dos produtores culturais, os profissionais que tentam “vender” produtos de acessibilidade sentem uma dificuldade em ter aceitos seus projetos de audiodescrição. Para viabilizar os eventos e sua acessibilidade, as pessoas passaram a recorrer a plataformas de vídeo-conferência, transmissão remota e à internet e rádio. Esta apresentação traz alguns casos de sucesso, da audiodescrição de lives musicais, reuniões corporativas e até uma inauguração de árvore de natal.
Resumo: A comunicação aborda uma proposta curricular universitária focada na acessibilidade aos meios audiovisuais. Caracteriza-se por envolver atividades de ensino, pesquisa e extensão e ser interdisciplinar em articulação de saberes com organizações da sociedade civil. Ademais, inova nas formas de ensinar e produzir saberes associados às práticas, busca sistematizar analiticamente as transformações que impactam no campo profissional, responde às demandas sociais e vale-se de contribuições acadêmicas atuais. A temática é abordada desde a perspectiva dos direitos humanos e centra-se no estudo e realização de ferramentas fundamentais para o acesso aos meios audiovisuais (tradução de línguas orais a língua de sinais, legendas descritivas, audiodescrição e leitura fácil), em formato de laboratório de exploração criativa entre estudantes, professores e sociedade civil. A proposta educativa é uma iniciativa do Núcleo Interdisciplinario Comunicación y Accesibilidad da Universidade da República (Uruguai). Da unidade curricular participam estudantes de graduação das áreas da comunicação, artes, design, linguística e tradução entre língua de sinais uruguaia e espanhol e integrantes e organizações sociais de coletivos usuários dos recursos de acessibilidade. Todas as atividades desenvolvidas são planejadas com critérios de acessibilidade para que mais pessoas possam participar.
O roteiro curricular está formado por três fases: formação, produção e exibição. Uma primeira formação teórico-prática sobre direitos humanos, acessibilidade e meios audiovisuais, linguagem audiovisual, audiodescrição, legendagem, língua de sinais e meios audiovisuais e leitura fácil. Uma segunda fase, dedicada à realização das ferramentas de acessibilidade em curtas uruguaias, aqui o trabalho é baseado na metodologia de projeto e laboratório para explorar diferentes possibilidades com cada ferramenta, de cada curta desenvolve-se duas versões acessíveis, uma nomeada tradicional realizada segundo recomendações e normas técnicas de circulação nacional e validada com coletivos de usuários, e outra criativa que surge da exploração e experimentação à luz de evidências recentes e novas contribuições no campo da acessibilidade aos meios. O trabalho nesta fase implica tratar as ferramentas de forma integrada, ter espaços de colaboração com as equipes criativas das curtas e codesign com usuários. Por último, uma terceira fase, dedicada ao levantamento de preferências do público sobre as versões e à mostra das curtas acessíveis no Ciclo de Cinema Acessível do Uruguai.
Resumo: Essa é uma técnica que permite criar imagens por exposição luminosa em uma superfície fotossensível. Tanto produzir quanto apreciar fotos artísticas são atividades essencialmente visuais, por serem apreendidas primordialmente pela visão, no entanto não devem ser restritas apenas a quem a possui. Por meio da Audiodescrição (AD), da Fotografia Tátil E do rastreamento de toque, pretendemos demonstrar de que maneira uma arte visual bidimensional pode ser acessada. Aliando Audiodescrição dos elementos e suas cores, representações em alto relevo, interpretando seus detalhes, texturas, geometrias, organização espacial, E o rastreio de pontos de interesse, propomos uma maneira mais profunda de apreciar a arte. Focado na harmonização entre as ferramentas de acessibilidade, pretendemos exemplificar como o consultor em AD atua. Analisaremos uma audiodescrição e uma fotografia tátil provenientes da exposição “Na Ponta dos Dedos”, cujas fotografias foram produzidas por pessoas com limitação sensorial visual. Os roteiros de AD foram elaborados com base nas teorias de interdependência dos sentidos, importância do toque, intersetorialidade, e intensidade visual (DE COSTER; MÜHLEIS, 2007, HOLLAND, 2009, MAYER, 2018). Com relação à consultoria nos apoiamos em Sá (2018), Mianes (2018) e Negraes (2018). Analisaremos duas versões de uma audiodescrição, uma antes e a outra depois do processo de harmonização com AD, peça tátil E o rastreamento de toque. Além de descrever como se deu esse processo de harmonização. A partir da harmonização, analisamos os resultados, que apontam ser necessárias adaptações no roteiro, como a reelaboração de conceitos ou ideias para o entendimento da obra. Também entendemos que o conceito de que a referência a elementos tangíveis, cores e formas ajuda na construção da imagem mental. Acreditamos que, a partir de interações multisensoriais como a Audiodescrição, a fotografia tátil, e o rastreamento de toque, seremos capazes de proporcionar uma percepção mais completa da fotografia, afinal a arte é uma forma de expressão intrínseca aos seres humanos.
Palavras-chave: arte; consultoria; audiodescrição; fotografia tátil.
Resumo: A Exposição O Que Não Nos Disseram é um manifesto artístico de força, de beleza e de coragem, que chega ao público através de uma experiência interativa emocionante, sobre mulheres que, um dia, foram vítimas de violência e que decidiram transformar dor em liberdade e informação numa abordagem inédita no Brasil.
O projeto ressalta o protagonismo feminino e tem na essência o resgate de identidade, a manifestação de existências (plurais que somos), sob um olhar afirmativo e de ressignificação. Esse, no entanto, não é o maior diferencial da exposição. Além DO QUE se revela, a grande surpresa é COMO ele o faz. Além das fotografias gigantes, marca do projeto, QR CODE e fones de ouvido para dar acesso às histórias contadas por cada uma das mulheres fotografadas, rodas de conversa e painéis informativos, a 2a Edição da a Exposição OQNND se expandiu e apresentou, pela primeira vez, como inovação, ARTE ACESSÍVEL. A partir de uma parceria celebrada entre o projeto, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade Estadual do Ceará (UECE), tornamos a experiência, de fato, mais democrática, com a inclusão de fotografias táteis, audiodescrição, legendagem e interpretação em Libras dos depoimentos. Reunindo mais de 50 voluntários, entre pessoas com e sem deficiência, o desafio era lançar uma edição acessível, não uma edição com ações de acessibilidade.
Logo, o trabalho, apesar de dividido em diversos grupos, sempre foi discutido a fim de cumprir o objetivo principal: envolver a audiência através da arte, ampliar as discussões, multiplicar ideias, fortalecendo, assim, a mensagem de que, sendo esse um problema social, toda a sociedade faz parte da construção das soluções de combate. E mais.
Enfatizamos que pensar o enfrentamento às violências contra mulheres sem inclusão é revitimizar milhares de mulheres com deficiência (s) vítimas de violências,o que reforça o nosso compromisso com a acessibilização da arte e com a integração da acessibilidade quanto à possibilidade de manifestação artística.
Tudo isso porque não nos disseram, quanto sociedade, que é possível e urgente pensar nas violências contra mulheres sem eternizá-las no sofrimento. Mas é. E o resultado é de arrepiar.
Resumo: A Pandemia da Covid 19 indubitavelmente marcou negativamente a vida de milhões de pessoas. No entanto, é importante reconhecer que paralelo a todos esses acontecimentos, esses dois anos apresentaram um tempo frutífero para a pesquisa em várias áreas e a Tradução Audiovisual Acessível é uma delas. Especificamente trataremos da Janela de Libras, na qual assumimos aqui o termo Tradução Audiovisual de Língua de Sinais – TALS, cunhado por Nascimento e Nogueira (2019). No Brasil, a tradução e a interpretação de língua de sinais em produtos culturais audiovisuais têm sido pauta de discussões desde o ano 2000 (NASCIMENTO 2019, NAVES et al. 2016, ARAÚJO 2017). O surgimento da Pandemia impactou diretamente essa área, uma vez que profissionais tradutores e intérpretes de língua de sinais ganharam mais visibilidade e a sua atuação assegurou que a população surda pudesse usufruir da programação transmitida em meios audiovisuais, seja ela acadêmica, cultural, artística ou informativa. Entretanto, se adaptar a esse novo cenário, no início, foi bastante desafiador e exigiu dos profissionais uma estrutura mínima para atender às novas demandas. Para citar, em atividades remotas onlines, ao trabalhar com uma língua visual-espacial (GESSER 2009) a dinâmica de trabalho em equipe muda completamente para obter apoio ou mesmo para o revezamento durante a interpretação, principalmente. Nem todas as plataformas utilizadas possuíam recursos suficientes para a comunicação interna da equipe, por isso foi necessário o uso de outras plataformas concomitantes para tal. A estrutura física e tecnológica também precisou ser repensada, pois foi preciso a aquisição de equipamentos mais eficientes, iluminação adequada, upgrade no serviço de banda larga, entre outros. Apesar de todos os percalços, não há como negar o avanço na forma de prestar serviços de acessibilidade no audiovisual, principalmente no que envolve a Libras, uma vez que tanto os profissionais intérpretes como o mercado foram impactados.
Resumo: Os estudos da Tradução Audiovisual Acessível – TAVa ganharam forças nos últimos anos (NASCIMENTO 2019, NAVES et al. 2016, ARAÚJO 2017), orientações e parâmetros para o serviço de audiodescrição, legendagem para surdos e ensurdecidos e janela de Libras, em produções midiáticas, são facilmente encontrados em documentos como a ABNT NBR 15.290, Guia para Produção Audiovisuais Acessíveis, entre outros. Contudo, a pandemia de COVID-19, no ano de 2020, trouxe à tona um novo cenário de atuação para tradutores e intérpretes de Libras, as lives musicais. Após a proibição de eventos presenciais, produtoras e cantores passaram a se apresentar remotamente e alguns desses, inseriram a janela de Libras para atender a comunidade surda. A ideia desta pesquisa surgiu a partir de nossa observação de uma live, que nos chamou atenção devido aos aspectos técnicos escolhidos para a inserção da TALS (NOGUEIRA e COIMBRA, 2019) como: captação e edição do espaço de sinalização e vestimenta/acessórios dos intérpretes. Com o objetivo de analisar os aspectos visuais e técnicos do fundo do espaço de sinalização, bem como, a vestimenta/acessórios da equipe de intérpretes de Libras, comparamos as orientações e sugestões de documentos balizadores para saber como o mercado tem se alinhado a essas determinações. A live apresentava a TALS sobreposta à tela principal sem nenhum fundo que contraste com a imagem do profissional intérprete, diferente das sugestões dos documentos que orientam que haja “contraste entre o plano de fundo e os elementos dos intérpretes” (ABNT NBR 15.290). No que diz respeito à vestimenta, os intérpretes estavam com roupas e acessórios condizentes com o tema da live, algo que nos chamou atenção principalmente por documentos e orientações tratarem sobre a vestimenta dos TILSP diferente da proposta apresentada na live. Acreditamos que as discussões apresentadas possam ampliar o debate sobre as características necessárias da TALS para o contexto musical, visto os documentos serem omissos a esses novos cenários, com questões tão peculiares.
Resumo: No cinema, a comunicação visual se dá pelo conteúdo da cena e por sua forma de registro. O sentido do filme se dá pela linguagem, o sentido dos corpos também. Na descrição de pessoas, mais do que características físicas, há uma questão importante que deve ser contemplada: a tradução estética da sensualidade dos corpos, dos gestos, dos olhares, no que tange à sexualidade que trazem em suas personas nas cenas cotidianas e não necessariamente, nas cenas eróticas. Sexualidade como característica geral experimentada por todo o ser humano, que pode ser definida pela busca de prazeres, sendo estes não apenas os explicitamente sexuais. Deixar de refletir sobre essa questão, pode gerar um ruído na percepção do filme e interferir nos processos identitários do espectador com deficiência visual, que conta com a audiodescrição para desenvolver novas relações simbólicas e uma maior fruição do cinema como arte.
Resumo: Esta comunicação objetiva apresentar e discutir o trabalho realizado pela equipe de profissionais da Ver com Palavras Audiodescrição em filmes, documentários e competições abertas à participação do público como o Depict Brasil e o Depict UK de filmes de 90 segundos, do 25o Cultura Inglesa Festival, realizado do dia 04 maio a 04 de junho, em formato híbrido, com atrações presenciais e digitais. O festival apresenta como proposta a celebração da diversidade cultural por meio das mais diferentes linguagens artísticas, em língua portuguesa e língua inglesa. O trabalho de acessibilização dos filmes de diferentes gêneros, feito a muitas mãos por audiodescritores roteiristas, narradores e consultores, além de editores e revisores, teve a sua complexidade ampliada, pois além da audiodescrição, houve a necessidade de inserção de voiceover em vários filmes falados em língua inglesa e em um filme interpretado em Libras por atores surdos. Um trabalho delicado e extremamente desafiador!
Resumo: A Audiodescrição em produtos diversos, como a conhecemos, geralmente é feita por alguém que observa e está de fora da cena.
Elaborando a audiodescrição para clipes musicais de Luiza Caspary, em algumas ocasiões específicas, constatamos e decidimos que a própria artista poderia assumir o papel de descrever as imagens.
Todavia, por mais que a mesma tenha a preocupação de acessibilizar suas postagens nas redes, por exemplo, é diferente quando se trata de um produto que exige que o recurso siga requisitos de um bom trabalho, que deve contar com a consultoria de um profissional com deficiência visual, dentre outros aspectos.
O receio de ousar e experimentar nos submete a riscos. Mas quando o resultado nos toca, o produto pede, vale a pena tentar e experimentar.
E é esta experiência que gostaríamos de levar ao VerOuvindo!
Contar brevemente como foi a construção do roteiro por mim, Márcia em conjunto com Luiza que fez a narração na primeira pessoa dos clipes Sinais e Adeus, com a consultoria de Felipe Mianes, assim como nossas percepções durante o processo.
Poderá ser exibido apenas alguns trechos de um ou dos dois clipes para avaliarmos diferentes nuances da narrativa e escolhas tradutórias.
Resumo: A intenção desta comunicação é a de provocar uma problematização acerca das notas introdutórias usualmente inseridas sobre tela preta antes do início de um produto audiodescrito. Trata-se de uma solução de acesso às informações visuais preliminares, secundárias ou complementares que ultrapassam o intervalo disponível para a inserção das unidades descritivas.
Este expediente tem sido utilizado frequentemente em animações, vídeos educativos e em outros produtos ou eventos, quando não há intervalo disponível para a descrição de conteúdo imagético considerado relevante. No teatro, antes do espetáculo, as notas introdutórias são utilizadas para descrever o ambiente, o cenário, os personagens e figurinos, entre outras possibilidades. Nesta problematização, o que se pretende é refletir sobre a pertinência do detalhamento das informações visuais e do tempo despendido nas notas introdutórias, a partir das seguintes indagações: Qual é a função das notas introdutórias? Em que circunstâncias são imprescindíveis na audiodescrição de um produto ou evento? Quais são os critérios adotados para a inserção de notas introdutórias? Em que se baseia a quantidade de informação e o tempo despendido? Como as notas introdutórias impactam os usuários da audiodescrição?